Wednesday, August 14, 2013

Hoje é segunda ou sexta, não sei muito bem. Choveu muita garrafa de vinho braco e nem sei que horas são. Apetece-me escrever em inglês, algo que não faça sentido.

There it was, lonely silent and sitting. A bitch (meaning dog) was sitting and doing nothing but staring at me.
It was five o'clock, maybe, i'm not sure, and the sky was pouring (or crying - not sure).

De certeza que eram cinco, estava lá olhei para o relógio. Tu não estavas lá e gostava que sentisses o olhar da cadela que lá estava sentada a olhar-me com órbitas fixas e vazias.

At the beggining i thought that it was a ghost dog, like the ones you see in movies, but it barked to someone. The end

Maybe it was a ghost dog indeed, ghost barker.

Friday, July 13, 2007

Domingo Chove

Chove no Domingo e não posso escrever. Há uma dimensão que não é de ninguém, é só de duas pessoas que não se conhecem de lado nenhum e partilham, comungam algo que nunca será posse do público mas deles.

Remetem-se para essa dimensão quando querem ser autênticos, com erros, e passos em falso que se tornam verdadeiros, tragédias gore, directas na primeira pessoa, sem sentimento de posse sem nada mas com tudo, com ele e ela e mais nada porque não é uma dimensão tangível pelos outros, só por dois.

Está calor hoje e estou chocho. Não sei o que dizer a ninguém e não me apetece cozinhar.
Os estados de espírito teimam em beber cervejas verdes e ouvir músicas melancólicas desfiando rosários de verdades incontáveis só confessadas a árvores que assumem "eu gostava de ser esta árvore".


Sim, foi hoje na outra dimensão que tive a certeza.

Tuesday, December 05, 2006

ismos

Mas que tipo de Demiurgo sou eu? Um Deus que não controla o que se passa à sua volta, que não tem o poder de estalar os dedos e modificar o que bem lhe apetece.
Anda meio mundo a enganar outro meio. O meu ego engana-me o alter-ego e já não sei que lhes diga mais.
Os meus desejos estão avessos às minhas acções e passo a vida a atirar areia para os meus próprios olhos. Alguém tem um maçarico à mão para transformar esta sílica em vidro(?); assim talvez comece a ver alguma coisa.
Falta-me o discernimento.
Tu és a pessoa que quero na minha vida, a que sempre quiz e sempre tive consciência disso, no entanto estou aqui atolado em barro e nem com matéria prima consigo criar uma Homúncula que me satisfaça um por cento do desejo.
Alquimistas há muitos, e eu sei, fui eu que os criei, só é pena que ainda não tenha inventado a máquina do tempo, o teletransporte e outros que tal.
Gosto de ti, com egoísmo, sadismo, masoquismo mas gosto.

Thursday, November 16, 2006

Simplicidade

Cúmplice. Quero ser o teu cúmplice. Não é nem nunca foi segredo para ninguém, pelo menos para nenhum dos dois. Quanto aos outros não sei nem quero, quero ser egoísta e guardar tudo para ti.


Sei porque gostas que te chame o que te chamo. Sei porque gosto que gostes, só não sei é porque estou tanto tempo sem te ver, sem ouvir a tua voz, sem te cheirar...

Noutros tempos, noutro lugar, não daria importância a isto, talvez por saber que a indiferença reinava no meu coração: forma activa de defesa.

Cresci desde o verde do Minho até às margens do Atlântico Alentejano; deixei que algo mais crescesse até certo ponto e mantive-o em animação suspensa. Suspendo essa animação com pequenos golpes de sangue a bombear com comunicações tuas.

Penso em ti com frequência e gosto de saber que também pensas em mim.

No dia seguinte, um casal que teve uma noite especial, a primeira, nunca sabe como reagir. Acho que ninguém sabe. Todos sabemos o que fazer com uns copos em cima, e embriagados de paixão, encontramos o caminho. O dia seguinte, como em todas as embriaguezes, traz-nos de volta à realidade. Queremos beijar e não sabemos como.

Na face, na boca? A insegurança faz-nos duvidar e sentimo-nos mal, ignorando que a outra pessoa também sente algo parecido.

É aquele ponto no sentido de ritmo e espaço de cada um e há que encontrar o equilíbrio.

Há um ponto que todos vemos que equilibra a balança.

A balança tem um ponto por demais visível, para mim. Um beijo no canto da boca é o mais cúmplice e emocional que se pode ter. Olhos bem fechados e coração bem aberto.

É isso que me falta de ti. Não a cumplicidade, não o cheiro (memorizei-o), não os olhos, lábios, pele, cabelos, voz, gargalhada, sintonia, mas sim esse cantinho de boca que me vai dizer tudo.

Sei como te cumprimentar quando te vir.



E este é o nosso espaço, cúmplice.

Tuesday, October 17, 2006

Não entendo para quê todo o esforço que se têm.

Estou sempre a apostar numa corrida de cavalos viciada onde o resultado está arquitectado à partida por um qualquer demiurgo que não eu.

Será justo pensar que eu consigo ou devo decidir alguma coisa???

Os eventos estão estudados desde o início e qualquer atitude que tomemos é controlada por fios invisíveis que tardam a ser descobertos.

Uma luz azul denuncia os fios e vejo-os muito claramente; ignoro e prossigo com a minha vida igual a tantas outras mas com aquele pingo de solda que me faz ficar preso a uma realidade aparente e ilusória; real.

Aqui estou eu outra vez à cata de novas emoções, diferentes mas com o mesmo gosto agri-menos-que-doce.

Sou eu, como sempre.

Friday, September 29, 2006

Lua das colheitas (numa tradução extremamente livre)

Há algo no meu olho que não consigo identificar. Vi-te chegar e abraçei-te com braços de ferro na ténue esperança de não te deixar fugir. Lembro-me quando me dizes que os meus braços dão quase duas voltas ao teu corpo.

Os meus braços não chegaram para te envolver...

Sinto saudades do teu cheiro e da tua respiração perto da minha, do beijo envolvente que me ligou e envenenou de paixão.

"In order to avoid clashing noses, a couple will often turn their faces to one side or another when kissing, so that their heads are at an angle from one another. Often, to make this more comfortable, one person, sitting upright, will support another, perhaps across their lap and in their arms, thus combining hugging and kissing."


Já fui gato durante muito tempo e ronronei, como nunca antes tinha feito; deixei-me levar aos poucos, esqueci as resistências e fui, e queria ir, não ser parado, só queria ir...

Para ouvir:

Neil Young - Harvest Moon

Friday, July 21, 2006

camera lenta

"look at us through the lens of a camera..."
mistas, apetece-me tostas mistas, escrever nas paredes e tirar fotografias soltas a negativo da realidade de fantasia e confusão que se esfuma nos meus dedos enquanto a tento agarrar e fecho os olhos...
"As you walk out"
chove dentro do meu quarto sem nuvens; tropeço em lascas de madeira que penetram a minha carne de dentro para fora; escrevo nas paredes toda a confusão que me percorre os neurónios numa tentativa vã de me organizar e fico ainda mais desorientado.
"Be close to me"
procuro a bussola sem te querer acordar e o Norte não existe, é como um relógio a andar para trás meses e meses sem conta e descubro que estou no mesmo ponto em que comecei há um ano atrás
"Keep the car on the road now"
olha para a estrada e encarrila as rodas; não tentes travar porque a borracha não adere no metal e provavelmente vais bater aos poucos e dói, isso dói - garanto - mas ninguém nunca morreu disto


"Doesn't remove all of our pain"
mas dói e mói durante um fraghmento cronológico e análogo aquilo que sentes sabes que lambes e passa

"Where we hide all of our feelings"
não vale a pena abrir o armário e meter os ossos lá dentro, também não vale a pena guardar esqueletos.
Que se foda o armário.

Sinto-me (mais) são
depois desta loucura às postas
(com a ajuda preciosa dos Editors com a música Camera)

desexta2006feira21julho

Culpas e desculpas semeadas aqui e ali, nada a apontar; inocentes até prova em contrário.
Começa a vida com um sopro salgado que nos escorre pelas almas gêmeas durante uns meses.

Os passos são para ser dados conforme a extensão da perna.

Ter sempre atenção aos buracos, não porque caímos neles, mas porque tentámos sair a arrancar unhas com o desgosto que irá passar daqui a pouco.
Dorme encostada a mim, com a cabeça no meu peito; está tudo bem, não chores mais, não queimes a minha pele com sal, não me transformes em Cartago.

Acabaram-se as forças...
Até já.